Incidência e Prevalência
Contexto histórico
A doença de Parkinson foi identificada em 1817 pelo médico inglês James Parkinson, o qual também publicou “An essay on the Shaking Palsy”. O clínico descreveu a doença pela primeira vez nesta monografia baseada na observação de doentes das ruas de Londres. Parkinson considerou-a uma doença eminentemente do movimento, definindo-a como paralysis agitans, identificando também alguns sinais da doença.
Esta doença é conhecida pelo Homem desde a antiguidade, uma vez que existem referências a esta patologia no sistema médico indiano ancestral Ayurveda, sob a denominação de Kampavata. Também, em 175 D.C., foi descrita na literatura médica ocidental por Galeno. [1]
Contexto demográfico
Nos últimos tempos a estrutura etária mundial sofreu alterações caracterizadas por uma diminuição da proporção do número de jovens e, inversamente, um aumento do número de pessoas idosas. O declínio simultâneo dos níveis de fertilidade e de mortalidade tem contribuído para o fenómeno global de envelhecimento da população, o qual irá trazer implicações na vida humana, não só a nível económico e social, mas também na área da saúde.
Durante a última metade do século XX a população idosa mundial triplicou. Este envelhecimento da população traz implicações na humanidade, em algumas áreas, salientando-se a área da saúde (figura 1). Com um aumento da idade, aumenta também os riscos de saúde, sendo a doença do Parkinson, uma das doenças afectadas. [2]
Fig. 1 – Gráfico que exprime o aumento da população idosa [2]
Epidemiologia da doença
A epidemiologia, associada aos parâmetros de prevalência e incidência, tem desempenhado um papel importante no planeamento dos cuidados de saúde e também no estudo da etiologia das doenças. Define-se como prevalência, o número de casos da doença num determinado momento e numa população pré-definida, e como incidência o número de novos casos da doença diagnosticados num intervalo de tempo e numa população de risco.
Prevê-se que os valores de incidência e prevalência da doença tendam a aumentar nos próximos anos. Esta doença neurodegenerativa é a segunda mais comum entre os idosos, a seguir à Doença de Alzheimer, e afecta mais o sexo masculino. A DP é uma doença claramente associada á idade. Com o aumento da longevidade da população mundial a doença tem tendência a crescer. A prevalência da doença é de 360/100000 habitantes e a incidência é de 18/100000 habitantes. [2]
Distribuição temporal da DP
As variações geográficas de prevalência da DP podem ser devidas a alguns factores, tais como: factores genéticos, factores ambientais ou até factores culturais. A DP ocorre por todo o mundo, embora com algumas variações geográficas. [3,4]
Distribuição por origem étnica
Parece existir consenso quanto a prevalência da doença. Assim sendo, existe maior prevalência da doença nas populações caucasianas da Europa, América do Norte, Austrália e África e menor prevalência da doença nas populações negras africanas e populações asiáticas. [5,6,7]
Referências bibliográficas
1. www.parkinson.pt/lop=conteudo&op=3988c7f88ebcb58c6ce932b957b6f332
2. Levy, Alice; Ferreira Joaquim. Manual Pratico da Doença de Parkinson.
3. Pearce, Dr. John. Doença de Parkinson, 22-74, (1999).
4. Tanner CM., Bem-shlomo Y. “epidemiology of Parkinson’s Disease”. Advances in Neurilogy. 1999; 80: 153-159.
5. Zhang Z-X, Román GC. “Worldwide Occurrence os Parkinson’s Disease: Na Updated Review”. Neuroepidemiology. 1993; 12:195-208.
6. Martilla RJ, Rinne UK. “Clues From Epidemiology of Parkinson’s Disease”. Adw Neurol. 1986; 45:285-288.
7. Schoenberg BS. “Descriptive Epidemiology of Parkinson’s Disease: Disease Distribution and Hypothesis Formulation”. Adw Neurol. 1986; 45: 277-283.