Factores de Risco
Têm sido associados vários factores ambientais e genéticos ao aumento do risco da doença. No entanto, poucas são as vezes em que se consegue estabelecer esta associação e na maioria dos doentes não se encontra qualquer factor de risco. O debate sobre se a Doença de Parkinson (DP) é causada por tóxicos ambientais, factores hereditários ou uma combinação de ambos continua em aberto, havendo, ao longo do tempo, oscilações privilegiando uma ou outra vertente, de acordo com as tendências gerais do momento.
Idade
Com o envelhecimento fisiolágico existe um declínio na dopamina estriatal. No entanto, este processo é diferente das alterações neuropatológicas que ocorrem na doença, nas quais não só há depleção da dopamina no estriato, como também rarefacção dos neurónios da substância negra, com marcada reacção microglial. Estas modificações são o marcador neuropatológico da doença e não se encontram no normal envelhecimento.
A idade é o único factor de risco definitivo para a doença. De facto, o aumento da idade traz um considerável aumento na incidência da doença (de 10 por 100.000 aos 50 anos até cerca de 200 por 100.000 aos 80 anos). Este acréscimo exponencial é justificado quer por um efeito tóxico cumulativo ao longo da vida, quer por uma maior vulnerabilidade neuronal, conferida pela idade.
Factores exógenos
Têm sido descritas várias associações entre exposições a tóxicos e o aparecimento se sintomas parkinsónicos. De todas, a conhecida há mais tempo foi a intoxicação pelo manganésio, que ocorreu em mineiros expostos, prolongadamente, a esta substância, originando um “surto” da doença. Mas um forte argumento a favor da existência de tóxicos ambientais capazes de provocar a doença foi a descoberta do efeito biológico do MPTP (1-metil-4-fenil 1,2,3,6 tetrahidropiridina), uma molécula sintetizada nos anos 80 do século XX que é capaz de induzir todos os sintomas motores da DP.
Factores endógenos
O conhecimento de toxinas exógenas levou à investigação de sistemas endógenos de defesa. Estes sistemas metabólicos reagem com os tóxicos ambientais – xenobióticos – no sentido da sua destoxificação. Desta forma, a falência destes sistemas aumenta o risco da doença. Estes factores endógenos enzimáticos são geneticamente determinados, e mutações genéticas, com certeza, que vão conferir vulnerabilidades diferentes à agressão de toxinas. [1]
Síntese:
Referências bibliográficas
1. Levy, Alice; Ferreira Joaquim. Manual Prático da Doença de Parkinson